Olá,
eu sei quem tu és, mas tu, provavelmente, não sabes quem sou. Mas... Sou aquela
que mais te ama.
Lembro-me
tão bem do dia em que te vi pela primeira vez... Eram os primeiros dias de
aulas. Aqueles dias em que se quer conhecer pessoas novas, mudar de hábitos,
trocar o acordar tarde pelo acordar cedinho; mudar o deitar tarde pelo deitar
cedo; mudar o chegar a casa e não fazer nada pelo chegar a casa e ir fazer os
trabalhos de casa. Enfim. Mas tu não foste qualquer pessoa, tu chamaste-me à
atenção, foste SÓ TU que quis conhecer. Sei lá, como hei de explicar? Alguma
coisa em ti me despertou. Esse teu olhar profundo, esse teu sorriso encantador,
esse teu andar tão indescritível, esse teu jeito de te moveres tão
fascinante... No dia em que te vi pela primeira vez, tu estavas com uma t-shirt
da Fallen, calças de ganga escuras, sapatilhas pretas da Element e mochila da DC... Para acompanhar, para ficar
perfeito, o teu sorriso, os teus olhos escuros e profundos, a tua estrutura
alta, os teus ombros largos, a tua expressão facial, o teu jeito de rir, a tua
forma de mexer as mãos, o teu caminhar, a forma como moves a cabeça… Tudo me
chamou à atenção, para ser sincera. Nada poderia ter sido mais mágico do que a
primeira vez que passaste por mim e senti o teu perfume. Eu tinha vergonha,
tinha vergonha de falar contigo… Porquê? Já expliquei, tinhas algo de bastante
especial. Não conseguia tirar o olhar de cima de ti, não parava de falar de ti
à minha melhor amiga. Ela disse-me tanta vez para eu falar contigo, no entanto,
coragem faltava.
Eu
achava que nunca tinhas reparado em mim, até um amigo meu vir ter comigo e
dizer para eu te cumprimentar, porque lhe tinhas dito que eu era bastante
bonita, eu cumprimentei, mas como é habitual meu, não mostrei grande
importância, o que te deixou (talvez) um bocado magoado, pois nunca mais me
cumprimentaste, simplesmente sorrias-me com esse teu jeito especial e com esse
brilho nos olhos. Começaste a gostar de uma foto minha por dia no facebook.
Cada dia eu tinha uma notificação com o teu nome, dizendo que tinhas gostado da
minha foto. E… Um dia, 5 de Outubro de 2012, quando cheguei a casa fui ao
facebook como é habitual e tinha uma notificação, outra vez, com o teu nome.
Mas desta vez era diferente, em vez de ter o ícone de “gosto”, tinha o ícone de
“comentário”. O meu coração apertou, estava sem coragem para abrir a foto e ver
o teu comentário, não sei porquê mas paralisei. Fiquei completamente estática,
sem qualquer reacção mas… O meu sorriso cresceu, as minhas mãos começaram a
tremer… Enfim! Demorei 10 minutos a ganhar coragem para abrir uma simples foto,
para ver um comentário. Não era um comentário qualquer, era um comentário teu.
Passados esses 10 minutos, abri a foto, foi impulso, ganhei a tal coragem de
impulsão e quando vi o teu comentário paralisei mais uma vez, fiquei tão
contente que saltei da cadeira e fiquei minutos e minutos a olhar para o
comentário… Foi algo inexplicável, nunca me tinha sentido assim só por um
comentário, sentia-me nervosa mas feliz.
“vá,
até que és bonita :D”: foi este, foi este comentário! Foi por causa deste
comentário que fiquei inquieta, foi por causa destas tuas palavras que fiquei
mesmo radiante. Fiquei imensos minutos a tentar arranjar uma resposta, pois
nada do que escrevia me soava bem, até enviar o comentário definitivo, passaram-se
2 horas. Foi complicado, mas lá enviei a resposta, nesse momento estavas
offline. 3 horas depois, ficaste online, pois respondeste ao meu comentário, eu
abri a tua janela de chat mas não tinha coragem para te falar, tinha receio que
rejeitasses, tinha vergonha, sei lá… Tu és especial, queres o quê? Minimizei a
janela… Fui para o tumblr e num instante ouvi o barulho do chat; “quem será?” –
pensei eu até ver no separador: “(o teu nome) enviou-te uma mensagem…”: corei,
fiquei nervosa, entusiasmada e feliz, isto tudo sem ver a mensagem, imagina
quando li o teu “olá (:”. Senti-me nas nuvens! Falámos horas e eu senti-me tão
bem a falar contigo… Cada palavra que mandavas, fazias-me sorrir.
Depois
desta conversa começámos a falar na escola também, começámos a confiar um no
outro, enfim. Construímos uma amizade linda. A confiança era a base! Eu
sentia-te cada vez mais próximo de mim, sentia-me bem contigo. Tu fazias-me
sentir bem, eu estava a ficar apaixonada. Talvez já estivesse desde a primeira
vez que te vi, mas não quis aprofundar isso. Quando te via com outras
raparigas, ficava em baixo; tu fazias cenas de ciúmes por causa de uns amigos
meus; eu sentia-me protegida quando me abraçavas, mesmo sem eu pedir; tu
adoravas que eu te mexesse no cabelo; eu sentia-me sortuda quando estavas
comigo, quando recebia os teus beijos na testa. Isto queria dizer alguma coisa,
não era? Pois, eu não fazia ideia. Sempre foi de mim, só pensar no presente e
não criar expectativas para o futuro e imaginar que iria acontecer alguma coisa
mais entre nós, cada momento a seu tempo. Os nossos olhares olhos nos olhos,
por longos segundos, faziam-me pensar. Sei lá, a troca de carinhos faziam-me
dar voltas à cabeça. Pela primeira vez, eu estava a pensar nisso. Eu chegava a
casa tão feliz quando o nosso dia em conjunto corria bem… Eras tu!
Lembras-te
daquele dia em que tudo foi lindo? Quando me levaste para fora da escola e estivemos
só os dois, num sítio nosso… Quando me disseste as coisas mais lindas olhos nos
olhos, quando me deixaste envergonhada como nunca e quando eu me senti nervosa
que nem um peixinho a fugir de um tubarão? Oh meu Deus! Foi perfeito, senti-me
tão bem. As tuas palavras… As tuas palavras entravam-me nos ouvidos e ficavam a
vaguear na minha cabeça. Sabes quando é que a minha cabeça ficou a maior
confusão do Mundo? – Quando tu te aproximaste, olhaste-me nos olhos e eu senti
o teu respirar de muito perto. E sabes quando é que a minha cabeça ficou vazia
e não pensei em mais nada, senão tu e eu? – Quando fizeste com que os teus
lábios tocassem nos meus e fizeste com que as borboletas se abrigassem todas no
meu estômago. Ambos estávamos nervosos, eu senti isso. Quando afastaste os teus
lábios e sorriste para mim com o maior brilho nos olhos que já alguma vez tinha
visto, senti-me a rapariga mais feliz do Mundo!
Tudo
foi lindo nos dias seguintes, até que, num dia me disseste que precisavas de
falar comigo e as tuas palavras fluíram com grande medo e severidade. Tive
receio, esperei que acabasses de almoçar e fomos falar. Nem sei o que senti
quando disseste que precisavas do teu tempo para pensar, que nada era certo. O
meu Mundo desabou e fiquei sem nada. Mas tudo bem, com as lágrimas prestes a
cair, respeitei a tua decisão e dei-te esse tempo com civilização… Nem imaginas
o quão chorei quando saíste de ao pé de mim, não imaginas o quão me senti
desprotegida e sozinha. Os dias de espera foram longos, apesar de terem sido
poucos, pareceram uma eternidade e em vez de terem 24 horas, tinham o dobro. Custava
muito ver-te todos os dias e não te poder abraçar e dizer-te o que sentia, doía
muito passar noites sem dormir porque chorava, magoava não ser o motivo do teu
sorriso, custava não poder ir ter contigo e termos da nossas conversas típicas,
doía muito ter que sorrir para mostrar que era forte… Feria muito.
A
sensação nervosa e ansiosa voltou quando passados alguns dias, vieste ter
comigo e ouvi a tua voz perto de mim, outra vez. Tremia por todo o lado quando
agarraste a minha mão e me levaste para um sítio onde pudéssemos estar a sós.
Tinha medo que o tempo que me pediste te tivesse levado a concluir que não
estavas bem comigo e que o “nós” não valia a pena. Pois… E nem sabes como me
senti leve quando ouvia as tuas palavras provirem para o lado positivo. Não
fazes a mínima ideia da dor que se transformou em felicidade quando disseste
que a pessoa com quem estavas realmente bem era comigo e me pediste desculpa.
Apeteceu-me pular, gritar, dizer-te que te amava. Apeteceu-me tudo! Mas
simplesmente sorri, abracei-te e tu acabaste por me beijar. Os meus dias de
nuvens negras tornaram-se em dias de céu limpo por causa de uns 20 minutos, dos
20 minutos contigo, dos 20 minutos que esta conversa contou. Tiveste o dom de
tornar as minhas lágrimas em sorrisos, pensamentos negativos em pensamentos
positivos, nuvens negras em céu limpo; tiveste o dom de tornar tudo de mau em
bom, aliás, ótimo.
Mas
sempre ouvi dizer que o que é bom acaba depressa e, infelizmente, o nosso caso
não foi exceção. Cansaste-te de mim, basicamente não fazias ideia da falta que
me fazias, do quanto te amava. Acabaste comigo, terminaste todos os meus
oceanos de rosas em tempestades fortes. Estávamos de férias, não sentiste a
minha falta. Eu respeitei, não te forcei a nada, aliás, nunca o fiz. Não te
pedi para ficares, pois nunca fui de forçar ninguém a ficar comigo. Passei as
minhas férias de Natal a pensar em ti, a pensar em como és perfeito e em como
não conseguia deixar de te amar, mesmo depois de tudo. Tentei esquecer-te, no
entanto não dava, não conseguia. Passaram-se as férias… Duas semanas sem falar
contigo, pronta (ou não) para te enfrentar com um sorriso, na escola.
Cumprimentaste-me sempre, eu retribuía sem qualquer problema; não podia mostrar
que estava afetada, sempre fui assim, como sabes. Eu queria-te para mim,
queria-te agarrar e dizer-te as coisas lindas que te deixavam corado…
Imagina
só a minha reação quando me disseste que ainda gostavas de mim... Senti-me…
Olha, nem sei como! Não queria sofrer outra vez, mas ao mesmo tempo, queria-te
para mim outra vez. Falámos com calma, voltaste a dizer que sentias a minha
falta, que tinhas saudades minhas, que eu era a tua princesa e, obviamente, eu
não resisti, fui fraca, o meu desejo de ti falou mais alto. Senti-me bem
durante alguns dias, porque te tinha comigo, porque me pegavas pela cintura e
me beijavas, porque me abraçavas sem eu pedir, porque tudo tinha voltado. Mas…
Como disse, foi só por uns dias. Nada estava certo para ti, mais uma vez, é o
teu ser. És incerto e não te consegues pegar a nada, não sabes dar valor
enquanto te pertence e acabas por te arrepender. Mas podes ter a certeza que
desta vez, o teu arrependimento (isto é se te arrependeres), não te vai servir
de nada. Não me dás valor, não consegues ver o quanto me fazes sofrer. Sabes
que te amo demais para te esquecer, usas isso para te divertires. A única coisa
que não sabes é que eu sou a única que faço qualquer coisa por ti, sou a única
que é capaz de virar montanhas, lutar contra dragões e monstros feios só para
te ver sorrir, sou a única que mudou por ti, sou a única que é capaz de gritar
a toda a gente que te amo e que te quero. Mas também não sabes que eu vou desistir
de ti, que me fartei de chorar por ti, que me fartei de ser a boneca de
plástico com quem tu brincas quando te apetece. Mudei no passado por/para ti, e…
Vou voltar a mudar por tua causa, mas desta vez não te vai beneficiar. Nem
penses. O que sinto por ti não mudará, mas magoaste-me muito. Não aguento mais.
É
um adeus. O último.
Amo-te.